Chronicles

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Na praia do ouvidor - SC

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Buraco do Padre - Ponta Grossa - PR

No domingo dia 26 de abril de 2015 resolvi ir até o "Buraco do Padre" no distrito de Itaiacoca em Ponta Grossa - PR.
Quando me deram a dica achei o nome estranho, mas fui procurar referências sobre ele. Trata-se de uma furna existente em Ponta Grossa ao norte do Parque de Vila Velha, e como este é composta por arenitos.
O termo furna refere-se a gruta ou caverna e o nome do local remete a história de que padres jesuítas meditavam em seu interior. Hoje faz parte do Parque Nacional dos Campos Gerais embora esteja localizado em uma propriedade particular.
Para se chegar ao Buraco do Padre vindo de Curitiba deve-se ir em direção a Ponta Grossa pela BR-277/376 e se pegar a Rodovia do Talco PR-513. É necessário entrar em uma estrada de terra de 5 km até a guarita, mas esta está bem sinalizada no momento. O total deste roteiro é de 136 km.

Neste roteiro usei uma indicação de uma estrada de terra que dá acesso a Itaiacoca e que evita a entrada em Ponta Grossa. A indicação é entrar da BR-376 na altura da fábrica da Makita e da Cargill.
A placa para esta estrada está encoberta por plantas. A estrada está em condições ruins, possivelmente já tenha sido asfaltada mas no momento a maior parte é de saibro, sendo bastante difícil de cruzá-la já que fui de moto. A partir da chegada a estrada de asfalto PR-513 a viagem se torna bem tranquila.
Na PR-513 existe uma placa bem visível indicando nova estrada de terra a direita que é onde se localiza o Buraco do Padre. Em 500 m na estrada existe um restaurante chamado Kafee-Loch e seguindo mais 4,5 se chega a um container que serve de guarita da propriedade.  A estrada merce atenção pois não está em boas condições com trechos de areia fofa e pedras.
Passando pela guarita se segue por uns 500 m até uma porteira a qual se pede aos visitantes que mantenham fechadas já que se  cria gado na propriedade. A frente desta chega-se a uma área de estacionamento que possui banheiro como facilidade sem qualquer outra estrutura.
O horário de funcionamento é: De quarta a domingo e feriados prolongados das 8 as 16 h (até as 17 no horário de verão).
Não é permitido acampar na propriedade.



A frente nova cerca para impedir a passagem de gado mas com uma abertura que possibilita os visitantes a entrarem na trilha através de um pasto (aí não existe indicação).


Deve-se prosseguir com cuidado nesta parte, havia garrotes com o gado e parando para conversar com outras pessoas que estavam voltando, tomamos uma corrida de um zebu protegendo a cria... As vezes fotografar a natureza tem seus imprevistos...

Afloramentos de arenito vistos da trilha.

Deste pasto entra-se em uma área de mata com uma trilha que segue pelo lado do rio Quebra-perna. Trilha bem bonita onde se notam estruturas antigas como degraus de pedra, um pequeno lago e uma pequena cachoeira que achei bem bonita.

A trilha na mata

O rio Quebra-perna ao lado da trilha.

Degraus de pedra

A pequena cachoeira do rio Quebra-perna

Abaixo da cachoeira


Logo a frente encontra-se a entrada da furna do Buraco do Padre inicialmente nada de mais em sua entrada. Não há como entrar na furna sem passar pela água com água pelas canelas.

Entrada da furna

Mas avançando pela entrada vê-se o grande diferencial do lugar. A cachoeira de cerca de 30 metros do rio Quebra Perna em seu interior.

Visão inicial da cachoeira



Apesar de 30 metros de altura, o contato com as pedras diminuir a força da água e forma um pequeno lago de fundo arenoso onde pode-se até tomar banho.


A abertura superior da furna

Visão da entrada da furna, vista de dentro
Após sair do Buraco do Padre resolvi conhecer e comer alguma coisa no Kafee-Loch (café colonial rural). Foi uma boa surpresa também. Lugar muito arrumado, pessoal extremamente simpático e a comida excelente a um preço muito bom. Vale a pena conhecer. 



Imagem do interior do Kafee- Loch





Ao final desta aventura e de um excelente café colonial, retornei a Curitiba pelo centro de Ponta Grossa de forma a evitar as estradas de terra, caindo direto na BR-376.

Obrigado à amiga Jéssica Rosa pela indicação do passeio, valeu muito a pena.

Algumas dicas para este roteiro: 
Lembre-se que a furna requer passar por dentro da água. Calça reversível é uma boa opção já que se passa por um pasto, apesar de vegetação baixa.
A umidade dentro da furna é alta com muita água gotejando das paredes. Proteja seu equipamento fotográfico. Levar uma toalha é uma boa opção. Se possível evite trocar de lente se sua câmera for de lente intercambiável.
Sempre levar água em caminhadas, ainda mais aqui onde não existem opções para se conseguir.

Informações para contato:
Kafee-Loch - (42)3026-1978

"Se você não está disposto a arriscar, 
esteja disposto a uma vida comum."
Jim Rohn

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Caçapava do Sul - RS (1)

Na manhã do da 28 de abril de 1013 decidi fazer uma "incursão" a Caçapava do Sul - RS.
O objetivo era em princípio conhecer a Pedra do Segredo. As outras atrações da cidade conheceria se tivesse tempo.
Caçapava do Sul fica ao sul de Santa Maria - RS na direção de São Sepé e da RS-290 seguindo pela RS-392. A distância de Santa Maria é de aproximadamente 100 km. Foi a segunda capital Farroupilha e hoje é conhecida pelo turismo de aventura, com muitas vias de escalada.





A indicação de viagem para se chegar a Pedra do Segredo era: Pegar a estrada para Lavras do Sul (RS-357) e dobrar a direita numa estrada de terra na localidade chamada esquina do segredo. Havia também uma indicação de contato co a Sra. Cláudia Dutra na empresa Turismo e Aventura (55 9906-6330 e 55 9147-2724). Descobri depois que ela e o filho são os responsáveis pelo Parque da Pedra do Segredo.
A estrada na Esquina do segredo é de terra e dá acesso aos afloramentos rochosos da região, não só a pedra do segredo, dela já se vê a pedra do Leão e outras que não descobri o nome.


A estrada de terra de aproximadamente 5 km até o parque




Pedra do Leão
Ao final desta estrada se chega ao Parque Municipal da Pedra do Segredo, que como já descrito, é de responsabilidade da Sra. Cláudia Dutra.


A recepção no parque foi bastante simpática, feita pelo filho da Sra. Cláudia, uma vez que ela estava fazendo uma das trilhas com um grupo. Ele me deu orientações sobre a trilha que passava pelas cavernas e não necessitava de guia. Disse-me também que não me preocupasse com a entrada do parque (R$ 3,00) dizendo que acertaríamos quando voltasse.

Da entrada do parque até o início das trilhas existe uma declividade de trânsito fácil. Neste local existem facilidades como banheiros.
O início da trilha das cavernas é bem tranquilo, passando por uma sanga (um pequeno riacho)
A sanga na trilha

A pedra do segredo à frente
Logo que se entra na trilha se chega a Caverna da escuridão. Ela estava fechada ao público, sua entrada parcialmente bloqueada por pedras e está colonizada por morcegos.

Caverna da escuridão


Reza a lenda que as velas levadas para dentro desta caverna se apagam como ação de espíritos que protegem um tesouro jesuíta.

A trilha continua margeando a pedra do segredo e se tornando mais íngreme e algo escorregadia. Chega-se então a segunda caverna, o salão das estalactites. Com uma entrada larga é bem iluminada e pouco profunda.
Margeando a Pedra do Segredo pela trilha

O salão das estalactites

A partir daí a trilha fica mais íngreme ainda com maior dificuldade até chegar a uma escada de hastes de metal que dão acesso a um túnel estreito e em seguida a caverna Percival Antunes, a caverna superior com uma linda vista da região. Notam-se grampos fixados a sua borda para a realização de rapel.

Vista da Caverna Percival Antunes. A Pedra do Leão ao fundo à esquerda.
Raramente apareço em fotografias, pois em geral estou sozinho.
Nesta ocasião um casal q
ue estava fazendo a trilha
 pediu para que eu os fotografasse e retribuiu

O fundo da caverna

Uma visão da base da Pedra do Segredo
para se ter idéia da Caverna Percival Antunes

Detalhe da caverna


Não pude realizar a trilha que vai até o topo da Pedra do Segredo, mas quando desci da trilha que fiz ainda caminhei um pouco e vi a Pedra do segredo e outras por outro ângulos. A esquerda da entrada do Parque há uma clareira que possibilita esta visão.


A descrição da pedra do segredo fala em que ela se parece com duas cabeças de gorilas. Mas achei que dependendo do ângulo de visão lembra a face de um homem gritando. A lembrança do título do filme de Werner Herzog sobre escalada de 1991 foi inevitável: O grito de pedra (Schrei aus stein). Fica à cargo da imaginação de cada um.




Aproveitei a foto neste ângulo para fazer algumas variações.



Mais a esquerda consegue-se ver ao longe outra formação rochosa, a Pedra do Corvo.
Pedra do Corvo

Quando fiz o caminho de volta para Santa Maria descobri que o acesso a Pedra do Leão e as outras formações rochosas era feita pelo Camping Galpão de Pedra que fica na estrada de terra. Fiquei de retornar uma próxima vez para fazer estas trilhas.
No futuro farei uma postagem específica sobre esta ocasião.



sexta-feira, 17 de abril de 2015

Nova Esperança do Sul - RS

Nova Esperança do Sul foi minha primeira incursão, já tinha visto fotos de lá publicadas por um casal de amigos. No domingo 17 de março de 2013 resolvi ir sozinho para fotografar, com a cara e a coragem.
Fiz uma breve pesquisa de como chegar e quais os pontos de apoio teria nas proximidades.



A cidade fica a 141 km de Santa Maria - RS, seguindo pela BR-287 em direção à Santiago - RS. A estrada é bem bonita com uma serra antes de Jaguari onde existe até uma vinícola, que infelizmente não conheci. Após passar por Jaguari - RS, entra-se à esquerda em uma passagem no mesmo nível da estrada.









Antes de se chegar a cidade existe um cruzamento. A esquerda o parque da gruta de Nossa Senhora de Fátima e a direita a igreja de São Caetano.Antes do cruzamento existe uma ponte ferroviária que vale a pena ser fotografada.






O parque da gruta é uma propriedade particular. Cobra-se a entrada de pessoas e carros, mas oferece uma infra-estrutura com banheiros, bar e área de churrasco.
A gruta é um sistema formado por dois poços ligados por um grande salão, seu acesso é feito por uma escadaria que leva a um dos poços. Existem alguns túneis, um deles levando a um canyon onde estão as cachoeiras. Este sistema parece misto, parte natural e parte escavado. O canyon parece ser de arenito.




O salão que liga os dois poços

Vista de um dos poços

Vista de um dos poços



um dos túneis

Túnel que dá acesso ao canyon e as cachoeiras


O caminho para a primeira cachoeira é bem tranquilo. Quando se chega a cascata vemos um lago e a queda de aproximadamente 30 a 40 metros. Há a formação de uma pequena praia no lago.








Interessante também existir uma pequena caverna por trás da cachoeira.



A cascata pode ser acessada por cima também por uma trilha fora do complexo da gruta. As paisagens do rio que forma a cascata também são bonitas.


O rio antes da cachoeira


Visão do canyon de cima da cachoeira






O rio segue então pelo canyon. Existem muitas pedras no rio e sua água é turva, quase leitosa, provavelmente pela presença de carbonato.



Logo abaixo está a segunda cachoeira, mas o caminho está fechado pois é perigoso para o público em geral.

                                     



Voltando pela estrada fui até a Igreja de São Caetano. Linda construção em blocos de arenito.Na sua lateral nota-se a colocação de tijolos para a reforma do telhado o que começa a descaracterizar a construção, mas mesmo assim é muito bonita.








Após as fotos voltei a Santa Maria. Esta viagem cumpriu muito bem o seu objetivo de me fazer relaxar da minha rotina pesada do dia a dia e também foi o modelo para tantas outras viagens do tipo bate e volta (que chamo até hoje de incursões) que passei a fazer.
Como escrevi quando voltei: 
Trilha, mato, rio, cachoeira, caverna...
E minha alma renovada.


Como curiosidade quando publiquei as fotos e escrevi esta frase uma amiga do tempo de escola que já nem mora mais no Brasil foi a primeira a curtir e tempos depois concordou com a opinião que eu deveria escrever sobre as viagens.

Então conforme prometido esta postagem fica dedicada a você, Andréa. Obrigado pelo incentivo.