Embora já a tivesse feito de carro sem saber sua história em 2008 e novamente passado por perto quando de minha viagem ao PETAR, devido ao apelo da viagem de motocicleta quis percorrê-la de novo.
Quando iniciei o planejamento da viagem chamei dois amigos para fazê-la comigo (é uma vantagem estar acompanhado, pois a mata toca a estrada em muitos pontos e não há muitos recursos em caso de pane ou acidente). Um destes amigos fazia parte de um moto-grupo que estava em formação e estes acharam boa a idéia e começaram a fazer a organização, inclusive fazendo a reserva em um dos hotéis que pesquisei, o Hotel Regina em Capão Bonito- SP.
Sairíamos de Curtiba em direção a Colombo e tomando a estrada do Ribeira em direção a Adrianópolis.
A viagem aconteceu do dia 31 de outubro de 2015 a 01 de novembro. Atrasamos bastante a saída e já pegamos chuva leve que se tornou mais pesada ainda em Colombo, sendo necessária a parada na estrada para colocar as capas de chuva.
Começamos a pegar as primeiras séries de curvas, seguindo até Adrianópolis-PR onde fizemos um reabastecimento e nova organização do grupo o qual havia se espalhado na estrada, o que causou uma boa perda de tempo no posto.
Reunido o grupo optamos por seguir para Apiaí-SP onde almoçaríamos. A partir daí a estrada apresenta um número impressionante de curvas. Sempre sob chuva, passamos por dois pontos de queda de barreiras. Notamos também um movimento razoavelmente grande de caminhões na estrada, o que faz com que se tenha de ser cuidadoso nas tomadas de curvas, é comum estes caminhões ao tangenciarem as curvas invadirem a pista contrária. Não existe acostamento e nem grandes áreas de escape o que impediu a parada para fazer fotografias.
Chegamos a Apiaí-SP. A cidade tem um histórico de garimpo. É também a extremidade oeste do PETAR com o núcleo caboclos de cavernas.
Logo procuramos algum lugar para almoçar. Ficamos em um restaurante na beira da estrada, ao invés de entrar na cidade propriamente dita. Nova espera para reagrupar as motos.
O restaurante era bastante simples mas a comida excelente e a simpatia e atenção do dono e dos funcionários um grande diferencial. Um banner do Rastro da Serpente na porta mostrava que o foco era também grupos de motociclistas fazendo o Rastro.
Ao final do almoço parte do grupo quis ir até o centro da cidade pois havia um encontro de motociclistas em Apiaí. Como meu objetivo era fazer o rastro e fotografar optei por seguir em frente até a praça com o marco do rastro da serpente com outro amigo.
Seguindo-se pela estrada chega-se a praça com o totem símbolo do Rastro da Serpente. Além deste nota-se na praça algumas referências ao passado de garimpo da cidade sob a forma de estátuas.
Em frente a praça existe um pequeno centro comercial onde se pode comprar pins e patches do rastro da serpente.
Seguimos daí em direção a Guapiara, com chuva mais pesada. O número de curvas diminui a partir de Apiaí, porém a condição do asfalto piorou bastante.
Fizemos uma parada rápida em Guapiara para nos orientar e seguimos finalmente para Capão Bonito, ponto final da viagem.
Chegando em Capão Bonito-SP procuramos logo o hotel Regina para tomar os quartos. O hotel tem como foco o mototurismo como notamos na sua garagem, cheia de motos e com um imenso varal para as roupas de chuva, já sendo usado por outros grupos hospedados.
O Hotel Regina é bem localizado, no centro da cidade. É simples mas atendeu bem a nossas necessidades.
Ao chegar no quarto descobri que minhas roupas estavam molhadas. Os alforjes que estava usando não eram tão impermeáveis quanto pensei e boa parte delas não estava em sacos estanque.
Ao fim da noite fomos todos ao Porthal do rastro da serpente. Um bar temático que é parada praticamente obrigatória para quem faz o rastro. Ao chegarmos encontramos o bar fechado e por indicação do taxista que nos levou seguimos para a Pizzaria Paulista.
Na manhã seguinte após o café da manhã no hotel decidimos que voltaríamos por um percurso diferente evitando as curvas do rastro devido a chuva que continuava a cair. Pegaríamos a estrada após nova tentativa de ir ao Porthal do rastro da serpente. Desta vez ele estava aberto e pudemos fazer fotos e comprar os souvenirs da estrada.
Saindo do bar tomamos a estrada de volta fazendo o trajeto para Taquarivaí, Itapeva e Itararé em SP, Passando para o PR, Sengés, Jaguariaíva, Piraí do Sul, Castro, Ponta Grossa e chegando a Curitiba. Apesar de mais longa (414 km).
A estrada é muito boa, duplicada e com bons postos com estrutura para alimentação. Vale a pena pois a velocidade mesmo com chuva e o movimento de veículos, é bem maior que no rastro, principalmente na parte pertencente a SP.
Dicas para este roteiro:
Prefira ir em grupo, a falta de áreas de escape, distância entre as áreas habitadas e o trânsito pesado são fatores que podem deixar um motociclista solitário em situação difícil.
Lembre-se de que a velocidade deve ser mais baixa, existem momentos em que só se faz curvas e ocasionalmente algum veículo em sentido contrário tangencia uma destas curvas passando para sua faixa. Evite fazer as curvas muito próximo a divisão das faixas.
Informações para contato:
Hotel Regina - Praça Rui Barbosa 306 Centro, Capão Bonito - SP. Tel: (15) 3542-2144.
Porthal Rastro da Serpente -
Capitão Calixto de Almeida com avenida João Antunes Rodrigues 55 Nova Capão Bonito. Capão Bonito - SP. Tel: (15) 99632-0890