Chronicles

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Na praia do ouvidor - SC

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Cachoeira do rio São Jorge - Ponta Grossa - PR

 Introdução

Se tenho predileção por algo na natureza, ela é pelas rochas. Isoladas ou combinadas com vegetação ou água. Sempre fui fascinado pelo relevo, resquícios de minha infância lendo sobre história natural.

Quando vim para o Paraná em 2013, logo pensei em Vila Velha e seus arenitos. Mas ao longo de minha permanência comecei a descobrir que Vila Velha era apenas uma das muitas formações existentes, e quando falo muitas, são muitas mesmo.

Logo comecei a ouvir falar da "Escarpa Devoniana" e estudando um pouco sobre ela entendi que ocorre a formação de relevo cárstico em toda sua extensão. Uma grande quantidade de cânions, cachoeiras, dolinas, cavernas e afloramentos.

Não é de se estranhar que vão aparecendo locais e roteiros nos sites relacionados ao turismo de natureza. A cachoeira do rio São Jorge na região de Ponta Grossa é um deles.

A cachoeira em questão se localiza dentro de uma propriedade particular, a qual cobra entrada para a visitação, fato bastante comum no Brasil.

No momento que realizei esta incursão a entrada era de R$ 15,00. Existe também uma área de camping com entrada custando R$ 35,00 (acredito que seja a diária). Um restaurante completa os serviços do local.

A viagem

Como citei, a propriedade se localiza à noroeste da cidade de Ponta Grossa - PR, portanto mais perto de Curitiba do que o centro e próxima a localidade de Itaiacoca. Esta proximidade me fez escolher como rota a rodovia do talco (PR-513) com seus 13 a 14 km de saibro. Estrada já conhecida de outras viagens e que evita passar pelo centro da cidade, cortando um bom caminho.

A distância total de Curitiba é de aproximadamente 127 km, sendo os últimos 6 de terra mas com boa trafegabilidade.

O percurso escolhido no final foi seguir de Curitiba pela BR-376 em direção à Ponta Grossa, passar para a PR-513 pouco antes de chegar a cidade dobrar a esquerda ao final da estrada em direção ao centro de Ponta Grossa.




O local

Na entrada da propriedade existe uma cancela para regular o acesso. A esquerda o restaurante ( com um grande salão).

A direita encontra-se a área de camping com cercas de arame farpado que a delimitam e impedem a entrada de veículos (isto pode ser um problema para veículos com barraca de teto). Esta área margeia o rio.

Passando esta área existe uma trilha que acompanha a margem esquerda do rio até a cachoeira principal. O rio vai descendo de nível formando pequenos lagos, corredeiras e cachoeiras.





 Tudo isso é ladeado pelas escarpas de arenito, algumas bastante erodidas criando várias formas, o que é típico da região. Encontrei inclusive um escalador montando um rapel em uma destas escarpas que se debruçava sobre o rio.





 Ao final da parte alta da trilha, um plateau de onde se vê um grande vale com uma ponte ferroviária.





Deste plateau onde se vê o vale ocorre uma queda abrupta da trilha, que corresponde a formação do cânion.

A trilha se torna extremamente íngreme em alguns pontos e é parcialmente marcada, margeando e as vezes passando entre blocos de pedra (ravinas). Em alguns pontos houve a colocação de estrutura para se organizar degraus e em dois lances mais difíceis existem cordas fixas em árvores e paredes de pedra para facilitar o deslocamento. O local que mais gostei da trilha foi exatamente uma destas passagens por uma fenda entre os blocos de pedra (ravina).



Ao final da trilha existem algumas opções para prosseguir que levam a partes bem diferentes e não conectadas diretamente, sendo necessário retornar a este ponto de escolha. A mais a direita leva a um promontório mais próximo à saída da cachoeira das pedras mais superiores. A mais à esquerda leva ao rio abaixo da cachoeira e a do meio a base da cachoeira , onde se tem a visão de toda ela. Estas três opções não são bem demarcadas.

Quanto a cachoeira, ela é espetacular sua saída é delimitada por por uma estrutura de pedra que lembra um dólmen, portanto ela sai literalmente de dentro da pedra. Sua queda é de por volta de 20 metros num leito de pedras grandes (blocos).




Neste local, na base da cachoeira, me demorei um pouco mais fazendo fotos com tripé e aproveitando para descansar,hidratar e alimentar.

Comecei a caminhada de retorno, recomendo o uso de bastão de caminhada, facilitou bastante a subida.

Aproveitei para fazer mais fotos na parte alta da trilha, na beira do rio  e retornei a área de camping onde fiz as últimas fotos do dia.




Retornei para Curitiba pelo centro de Ponta Grossa, o que me arrependi. Usar a rodovia do talco também na volta seria bem mais tranquilo.

Em conclusão. é um passeio bastante rápido, agradável e perto de região de Curitiba o que facilita sua repetição.

Informações sobre a viagem:

Rodovia Ariquenes Carlos Gobo s/n Zona rural, Ponta Grossa - PR

(42) 32263731

Coordenadas

Cachoeira do Rio São Jorge

(S)25.03613º ; (W)50.05498º




domingo, 21 de julho de 2019

Pirenóplis - GO -3 - As cachoeiras

No terceiro dia tomei café na pousada e saí para tentar conhecer e fotografar algumas das cachoeiras da cidade antes de retornar a Brasília.
Passei no Portal e peguei informações sobre qual seria o melhor percurso para ver o maior número de cachoeiras que o tempo me permitiria.
Decidi seguir uma estrada que me levaria as cachoeiras da meia-lua, usina e do abade, passando por um mirante de onde se vê toda a cidade.
A propriedade onde se encontram as cachoeiras da meia-lua e da usina é privada (aliás me parece que todas as cachoeiras estão em propriedades assim), é necessário pegar uma estrada de terra para se chegar a esta. A propriedade possui estruturas como lanchonete, banheiros e camping em sua parte baixa, o valor para a entrada é de 20 reais. Uma curiosidade são as siriemas andando despreocupadamente entra as barracas no camping.



Daí segue-se por outra estrada de terra que sobe em direção a cachoeira da meia-lua. Existe novo ponto de apoio próximo a esta, com lanchonete e banheiros. Após uma mínima caminhada por um caminho demarcado, chega-se a cachoeira que é composta por vários níveis e deságua num verdadeiro lago. O banho é permitido nela.






Saindo da propriedade retornei a estrada asfaltada, mais a frente nova estrada de terra e o mirante. Após fazer fotos segui em frente até a Reserva do Abade.



A estrada piora um pouco até a entrada da reserva. Esta é muito bem organizada com orientações aos turistas. Há dois percursos possíveis, restaurante, lanchonete e banheiros. Os jardins são muito bem tratados. Os percursos tem preços diferentes 20 reais o da cachoeira do abade e 30 reais o completo
O circuito completo inclui outras cachoeiras com possibilidade de banho, um mirante, um aquário natural e a própria trilha da cachoeira do abade. Optei por fazer o percurso menor por uma questão de tempo.






O percurso da cachoeira do abade é de cerca de 400 m, com alçamento de pedra, passando por duas cachoeiras: A do abade e a do cânion.
A cachoeira do abade é uma queda única de 22 metros de altura formando uma piscina natural de bom tamanho a sua frente. A força da cachoeira forma um banco de areia a sua frente que funciona como praia, no momento de minha visita muitas pessoas estavam tomando sol.



Daí o rio desce para formar outra cachoeira, bem menor e formando duas piscinas calmas sendo a segunda bem rasa e totalmente ao sol. Algumas famílias estavam com crianças pequenas nesta piscina. Esta é chamada de cachoeira do cânion.



Após isto, dei por encerrada a minha viagem subi para a área principal da reserva peguei o carro e retornei a Pirenópolis, tomando alguns desvios errados no trajeto.
Chegando a cidade, almocei no Aravinda novamente, nenhum dos outros restaurantes abertos me chamou a atenção, e o risoto foi uma boa escolha.
Peguei minhas coisas na pousada e retornei a Brasília.
No final apesar de ter sido uma viagem excelente ficou a sensação de que ainda havia muita coisa ainda para ver em Pirenópolis, tanto na cidade como suas outras cachoeiras, o que mostra a gama de opções que existe no local. Valerá um retorno no futuro.

sexta-feira, 17 de março de 2017

Lapa - PR

# Mototurismo

A Lapa é uma pequena cidade distante 68,4 km de Curitiba, que apesar de seu tamanho tem uma rica história e outras características pitorescas que valem a pena ser conhecidas.
Originou-se de um povoado de tropeiros em 1731, fazendo parte do caminho das tropas (caminho de Viamão). Há indícios de habitações dos índios Kaigang e Guaranis antes da chegada do homem branco.
Este entreposto ficaria famoso com o evento do " Cerco da Lapa" em 1894.
Adeptos do federalismo contrários a república, liderados por Gumercindo Saraiva marcham do Rio Grande do Sul em direção a capital, no Paraná tomam Tijucas e Paranaguá. O caminho para Curitiba passa forçosamente pela Lapa. Os federalistas são conhecidos com Maragatos e os republicanos como Pica-paus ou Ximangos.
O General Francisco de paula Argolo enviado de Floriano Peixoto, havia passado o comando da Lapa ao Cel. Antonio Ernesto Gomes Carneiro. Em 17 de janeiro de 1894 começam os combates. A guarnição resiste e é sitiada.
A capitulação só vai ocorrer em 11 de fevereiro, dois dias depois da morte de Gomes Carneiro.

Em 4 de fevereiro de 2017, depois de desistir várias vezes de ir devido ao tempo, finalmente peguei a estrada.
Escolhi o caminho que passa por Araucária seguindo pela BR-476, passando por Contenda-PR e Mariental-PR. Num total de 68,4 km.



A estrada é em pista simples em boas condições neste momento. O que chama a atenção são muitos trechos com velocidade máxima de 60 km/h, o que a torna mais perigosa devido ao fato de que tem um razoável movimento de caminhões e ninguém respeita este limite pífio. Não costumo criticar mas numa rodovia pedagiada isto chega as raias do absurdo.
Chegando a cidade já se encontra um dos pontos atrativos da cidade, o monumento ao tropeiro, um grande painel no trevo de entrada.
seguindo pela pela avenida principal, notamos as referências ao cerco por toda a cidade.



A avenida dá acesso ao 15o GAC AP, talvez o quartel mais bonito que conheço no Brasil, vale a pena a visitação.
Os principais pontos turísticos da cidade são o Pantheon dos Heróis, o Museu das Armas e a Gruta do Monge (em homenagem ao Monge João Mara D´Agostini).
O objetivo desta minha ida a Lapa era apenas conhecer o Patheon e o Museu das armas além de almoçar. Planejei ver o restante com mais calme em uma viagem posterior.
Logo após ma passada rápida no quartel, fui para o restaurante Lipski, conforme haviam me indicado. Já era a hora do almoço e queria conhecer a culinária Lapeana, tão falada.
O restaurante é simples, todos são bastante simpáticos e a comida saborosa, lembra bastante a comida típica mineira (provavelmente pela origem tropeira da cidade). A quantidade servida é absurdamente grande. Não consegui terminar tudo que foi colocado na mesa, tentei experimentar todos os pratos.
Saindo do restaurante me dirigi ao Panteon. Segundo minha pesquisa ele é o único o Brasil que preenche os requisitos para ter este nome. O prédio é bonito e bem tratado.





De lá fui ao museu das armas, passando pelas ruas da Lapa com sua arquitetura preservada o que vale um passeio a pé.




O museu das armas é interessante também com um acervo de armas do cerco da Lapa até a segunda guerra mundial. Exitem também uniformes e trajes da época em exposição. A entrada foi a um custo de 3 reais e dava direito a outros museus da cidade, porém, optei por retornar para Curitiba pois estava bastante quente e ameaçando chuva.
Em uma próxima visita, aí ficando de noite na cidade para ver melhor suas ruas conhecerei os demais museus.



Passei por uma cena pitoresca na saída da cidade. Como que para marcar a sua origem tropeira um pequeno rebanho de bois fechou a avenida de acesso a cidade interrompendo o trânsito por alguns minutos.
Peguei a mesma estrada de volta com os mesmos problemas.
Recomendo o passeio pela parte histórica e pela culinária.

Onde comer:
Restaurante Lipski
Av. Manoel Pedro 1855

Restaurante Casarão
Al. David Carneiro 307


sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Ponta Grossa - PR - Acampamento de motociclistas na chácara Old Skull



Nos dias 5 e 6 de novembro de 2016 tive a oportunidade de realizar uma aventura que desejava já fazia muito tempo: Um acampamento com outros motociclistas.
Organizado por Célio Dobrucki da America Motorcycles em Curitiba, foi realizado na Chácara Old Skull em Ponta Grossa, uma propriedade particular. O evento teve o nome de 2o. Camping Soul Machine.
Para mim acostumado as viagens de motocicleta com carga para acantonamento no máximo, o desafio era colocar a tudo que levo, o material de camping e demais itens para, digamos, autonomia para 2 dias.



Uma vantagem é que boa parte de meu material data da época em que escalava, portanto bastante compacto e leve. Já há algum tempo vinha organizando planilhas com kits para várias situações, o que facilitou a organização do que deveria levar e apesar das brincadeiras de alguns amigos tudo foi embalado e fixado na moto.





A saída foi da loja America Motorcycles seguindo a BR-277 até Ponta Grossa e pegando a estrada para o aeroporto da cidade mais a frente tomamos uma estrada d terra de uns 6 km até a chácara.Estrada com várias partes de areia onde algumas motos tiveram dificuldade em passar.


Ao chegarmos nos distribuímos em um gramado para montar as barracas, já com um costelão sendo assado em fogo de chão. Logo em seguida chegou a banda que passaria a tarde tocando.








Acima do gramado em um plateau havia alguns chalés, dois dos quais estavam disponíveis para o pessoal acampado. Uma estrutura de cozinha, salão de refeições e banheiros completaram as edificações disponíveis.




Tudo transcorreu da melhor forma possível com o churrasco, a música e muita conversa.











As paisagens rurais me renderam boas fotos e ainda fui brindado por um lindo por do sol para fotografar (um bônus para quem acampa, sempre).





A noite foi acesa uma fogueira em torno da qual alguns participantes ficaram conversando.
Fui para a barraca cedo para descansar e pensar sobre a "aventura". A solidão da barraca me fez bem para organizar os pensamentos e planejar futuros acampamentos.





Na manhã seguinte após o café retornei para Curitiba sozinho, pois alguns participantes já tinham ido embora e outros resolveram fazer novo churrasco, passando sem problemas pela estrada.

O objetivo fundamental foi atingido, todas as coisas que levei cumpriram seu papel e pouco senti falta de algo que não tivesse levado para o evento. Que venham outros.

Obrigado ao amigo Célio Dobrucki pela iniciativa.

domingo, 16 de outubro de 2016

Castro - PR - Castrolanda

#Mototurismo

Apesar de conhecer algumas áreas de colonização holandesa no Paraná, Castrolanda foi uma novidade para mim, mesmo já tendo passado algumas vezes por Castro-PR onde ela se localiza. A primeira vez que ouvi falar dela foi durante a preparação para um passeio junto a meu grupo de motociclistas em Curitiba. O passeio foi realizado em 9 de abril de 2016.
Saindo de Curitiba-PR pela BR-277 em direção a Ponta Grossa-PR, de lá seguindo para Castro-PR e saindo da estrada principal para a que dá acesso a cooperativa, num total de 163 km.




Castrolanda é uma cooperativa sediada em Castro-PR como já havia citado. Originalmente voltada para a pecuária leiteira mas hoje também produz soja, milho e feijão.





A colônia foi fundada em 30 de novembro de 1951 com a chegada de 5 famílias de imigrantes, como reflexo do crescimento da Cooperativa Batavo de Carambeí-PR'Seguiu-se a vinda de mais famílias até 1954 perfazendo um total de 55, atraídas para o Brasil pelas facilidades de terra e a possibilidade de trazer seus animais e implementos que Estados Unidos e Canadá não ofereceram na época.
Em 1991 foi criado um grupo folclórico para manter as tradições holandesas e em 1991 o Museu do Imigrante.
Em 2001 foi construído o Memorial da imigração sendo que no dia 30 de novembro (o cinquentenário da colônia) foi inaugurado o moinho que abriga boa parte da atrações.


Chamado de "De Immigrant"(o imigrante) é um dos maiores moinhos do mundo com um diâmetro de pás de  24 metros e uma altura total de 36 metros.










Além do moinho em si existe uma biblioteca, loja de souvenirs e a réplica de um "Kroeg", um bar típico holandês, chamado "De Molen" onde almoçamos.












Dentro do moinho acontecem as apresentações relacionadas a cultura holandesa e a história da imigração. São apresentações para grupos de pessoas com horários pré-estipulados.

Após o almoço retornamos a Curitiba pela mesma estrada sob chuva torrencial até Ponta Grossa - PR.


Dicas para este roteiro:
Convém verificar os horários das visitações ao moinho e suas atrações, visto que são formados grupos para a entrada. Existe a possibilidade de reserva.
Muitas excursões usam o restaurante/Kroeg De Molen. As vezes o salão fica bem cheio.
A cooperativa conta com posto de gasolina em seu interior em caso de necessidade de reabastecimento.

Informações para contato:


Obs: Parte das fotos leva a marca d'água de meu grupo tendo em vista eu ser um dos fotógrafos oficiais. Outras apenas a minha pessoal por não serem fotos enviadas ao site do HOG.