Introdução
Se tenho predileção por algo na natureza, ela é pelas rochas. Isoladas ou combinadas com vegetação ou água. Sempre fui fascinado pelo relevo, resquícios de minha infância lendo sobre história natural.
Quando vim para o Paraná em 2013, logo pensei em Vila Velha e seus arenitos. Mas ao longo de minha permanência comecei a descobrir que Vila Velha era apenas uma das muitas formações existentes, e quando falo muitas, são muitas mesmo.
Logo comecei a ouvir falar da "Escarpa Devoniana" e estudando um pouco sobre ela entendi que ocorre a formação de relevo cárstico em toda sua extensão. Uma grande quantidade de cânions, cachoeiras, dolinas, cavernas e afloramentos.
Não é de se estranhar que vão aparecendo locais e roteiros nos sites relacionados ao turismo de natureza. A cachoeira do rio São Jorge na região de Ponta Grossa é um deles.
A cachoeira em questão se localiza dentro de uma propriedade particular, a qual cobra entrada para a visitação, fato bastante comum no Brasil.
No momento que realizei esta incursão a entrada era de R$ 15,00. Existe também uma área de camping com entrada custando R$ 35,00 (acredito que seja a diária). Um restaurante completa os serviços do local.
A viagem
Como citei, a propriedade se localiza à noroeste da cidade de Ponta Grossa - PR, portanto mais perto de Curitiba do que o centro e próxima a localidade de Itaiacoca. Esta proximidade me fez escolher como rota a rodovia do talco (PR-513) com seus 13 a 14 km de saibro. Estrada já conhecida de outras viagens e que evita passar pelo centro da cidade, cortando um bom caminho.
A distância total de Curitiba é de aproximadamente 127 km, sendo os últimos 6 de terra mas com boa trafegabilidade.
O percurso escolhido no final foi seguir de Curitiba pela BR-376 em direção à Ponta Grossa, passar para a PR-513 pouco antes de chegar a cidade dobrar a esquerda ao final da estrada em direção ao centro de Ponta Grossa.
O local
Na entrada da propriedade existe uma cancela para regular o acesso. A esquerda o restaurante ( com um grande salão).
A direita encontra-se a área de camping com cercas de arame farpado que a delimitam e impedem a entrada de veículos (isto pode ser um problema para veículos com barraca de teto). Esta área margeia o rio.
Passando esta área existe uma trilha que acompanha a margem esquerda do rio até a cachoeira principal. O rio vai descendo de nível formando pequenos lagos, corredeiras e cachoeiras.
Tudo isso é ladeado pelas escarpas de arenito, algumas bastante erodidas criando várias formas, o que é típico da região. Encontrei inclusive um escalador montando um rapel em uma destas escarpas que se debruçava sobre o rio.
Deste plateau onde se vê o vale ocorre uma queda abrupta da trilha, que corresponde a formação do cânion.
A trilha se torna extremamente íngreme em alguns pontos e é parcialmente marcada, margeando e as vezes passando entre blocos de pedra (ravinas). Em alguns pontos houve a colocação de estrutura para se organizar degraus e em dois lances mais difíceis existem cordas fixas em árvores e paredes de pedra para facilitar o deslocamento. O local que mais gostei da trilha foi exatamente uma destas passagens por uma fenda entre os blocos de pedra (ravina).
Ao final da trilha existem algumas opções para prosseguir que levam a partes bem diferentes e não conectadas diretamente, sendo necessário retornar a este ponto de escolha. A mais a direita leva a um promontório mais próximo à saída da cachoeira das pedras mais superiores. A mais à esquerda leva ao rio abaixo da cachoeira e a do meio a base da cachoeira , onde se tem a visão de toda ela. Estas três opções não são bem demarcadas.
Quanto a cachoeira, ela é espetacular sua saída é delimitada por por uma estrutura de pedra que lembra um dólmen, portanto ela sai literalmente de dentro da pedra. Sua queda é de por volta de 20 metros num leito de pedras grandes (blocos).
Neste local, na base da cachoeira, me demorei um pouco mais fazendo fotos com tripé e aproveitando para descansar,hidratar e alimentar.
Comecei a caminhada de retorno, recomendo o uso de bastão de caminhada, facilitou bastante a subida.
Aproveitei para fazer mais fotos na parte alta da trilha, na beira do rio e retornei a área de camping onde fiz as últimas fotos do dia.
Retornei para Curitiba pelo centro de Ponta Grossa, o que me arrependi. Usar a rodovia do talco também na volta seria bem mais tranquilo.
Em conclusão. é um passeio bastante rápido, agradável e perto de região de Curitiba o que facilita sua repetição.
Informações sobre a viagem:
Rodovia Ariquenes Carlos Gobo s/n Zona rural, Ponta Grossa - PR
(42) 32263731
Coordenadas
Cachoeira do Rio São Jorge
(S)25.03613º ; (W)50.05498º
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