Chronicles

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Na praia do ouvidor - SC

domingo, 21 de junho de 2015

Pirenópolis - GO 2- A Cidade de Pedra

Na manhã seguinte (16 de maio) acordei muito mais cedo do que esperava, um grupo de hóspedes da pousada que havia declarado que iriam sair as 5:30 da manhã acordaram todos com uma grande algazarra antes das 5. 
Problemas a parte arrumei meu equipamento tomei café, ainda pegando algumas frutas conforme oferecimento dos donos da pousada para reforçar o lanche de trilha.
Segui para o portal da cidade para encontrar o guia.
Seguimos de carro para a cidade de Pedra pela estrada pela qual vim, em direção a Brasília, entrando em Cocalzinho de Goiás. Tomamos uma estrada de terra de razoável trafegabilidade, de onde se vê os picos da Serra dos Pirineus.O total do trajeto foi de 50 km, sendo 18 km de terra.





Aparecem aí também vários tipos de pássaros como Tucanos-toco, carcarás e siriemas entre outros.





Realmente a partir de um certo ponto o carro baixo e com tração em duas rodas passa a ter dificuldades, pois a estrada se torna mais esburacada e com voçorocas. Isso impôs que aumentássemos o trajeto a pé mas não foi impeditivo.
Seguimos pela estrada em leve aclive, que se transforma em uma trilha inicialmente de saibro e com grande quantidade de pedras e cristais de quartzo (transparentes, leitosos e fumê) evoluindo para um terreno arenoso bem claro. Neste piso pode-se ver as pegadas de vários animais como veados, raposas e lobos-guará.
Encontramos aí formigas do grupo das tucandeiras conhecidas na região como Cabo Verde, cuja mordida é extremamente dolorosa. Cuidado ao encontrá-las.



Pouco depois começamos a ver as primeiras pedras primeiro esparsas mas depois ficando mais frequentes até um local que o guia denominou portal.






Após este portal aumenta imensamente o número de pedras e a trilha some em definitivo, reclamada pelo cerrado.
Sobre este assunto por mais que se abra uma trilha ela é fechada de tempos em tempos pela ação da natureza. O cerrado tem uma imensa capacidade regenerativa, apesar dos incêndios anuais e da ação esparsa do homem. Minha mochila voltou cheia de fuligem da passagem por árvores que foram queimadas e cresceram de novo.
Estes fatos fazem com que seja muito difícil e até contra-indicado ir a Cidade de Pedra sem um guia. Não aconselho para quem não tem conhecimentos em navegação por mapa e ou GPS.
Outra dica importante é o uso do bastão de caminhada nórdica pois ajuda em uma trilha não demarcada com aclives e declives, bem como caso se encontre animais silvestres principalmente cobras (e elas existem na região).
Voltando ao passeio passamos por ravinas, desfiladeiros e grandes anfiteatros de pedras com um imenso número de formas que convidam a imaginação a compará-las a pessoas, animais etc.


















Existem pelo menos dois mirantes de onde se pode observar a grande distância as formações.

O que chamei de anfiteatro visto de um dos mirantes
Uma característica que gostei bastante foi como as pedras se empilham formando colunas as vezes com equilíbrios absurdos.










As paisagens variaram bastante passando também por campos e áreas de vegetação mais densa.

campo de capim meloso. Sua resina grudou em toda minha roupa e equipamento
Nem só de pedras este passeio foi composto. O cerrado é um ambiente exuberante e aqui foi o grande diferencial de meu guia, um verdadeiro mateiro. O Cristiano mostrou um grande conhecimento das plantas e outros detalhes do cerrado, tinha também um grande interesse pelo potencial medicinal das plantas do cerrado. Foi o ideal para o passeio.


Obs: No exército o nome mateiro é atribuído a pessoas que sejam de um determinado local e tem grande conhecimento do terreno, fauna e flora, como por exemplo na Amazônia. São por natureza os guias escolhidos.
Estrela do cerrado. Uma das bromélias de solo

Chama de Cristo





Retornamos ao carro, fechando um circuito de aproximadamente 10 km realizado em 4 horas. Sobre esta caminhada, ela é longa e fora de trilha marcada mas infinitamente mais leve que a trilha do Circuito das cachoeiras em Corupá - SC ou a Trilha do rio Betari no PETAR - SP. É seca e com aclives e declives medianamente pronunciados. Algum cuidado com pedras soltas é necessário.
A Cidade de pedra é até aqui o mais bonito conjunto de pedras (não se levando em consideração canions) que já conheci no Brasil, e também o mais extenso, superando em muito Vila Velha - PR e o Guartelá - PR. Valeu a pena ter ido.
Retornei a cidade para deixar o guia. Almocei em um Café e retornei ao hotel. A noite jantei na Rua do Rosário no Rosário 26, serviam comida árabe. Os pratos eram pequenos mas saborosos.
Planejei conhecer algumas da cachoeiras no dia seguinte.

Dicas para este roteiro:
Não fazer sem guia!
Bastão de caminhada fortemente recomendado para equílíbrio e sondagem da trilha.
Levar água e lanche de trilha. O tempo seco desta época do ano e a duração da caminhada tornam estes ítens imprescindíveis.
Protetor solar, chapéu e óculos escuros são necessários, a caminhada é feita sob o sol o tempo todo.
Repelente de insetos é conveniente também,

Informações de contato:
Guia (Cristiano) - (62)  9142-4104 , (62) 8420-2901
Pousada Aconchego dos Pireneus - (62) 3331-2513. Rua Campos Verdes, quadra 07, lote02 s/n - Park Jardim Brasília

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